
A iniciativa do Gabinete Digital do Rio Grande do Sul (mais informações sobre o projeto podem ser vistas no post do blog Comunicação e Política) tem se mostrado uma das ações governamentais mais interessantes do país na área da Democracia Digital. Apesar de ainda estar em uma fase bem inicial, acredito que a iniciativa tem potencial e, sobretudo, mostra uma disposição desse governo para pensar e investir nessas questões.
Ao visitar o site hoje, no entanto, me deparei com um pequeno box, localizado na home do portal, que permite que as pessoas curtam a página de Tarso Genro, governador do estado, no Facebook. Ver esse conteúdo na página levantou algumas questões para mim entre os limites entre uma iniciativa estatal (no sentido de pertencer ao estado e não a uma gestão específica que o ocupa em determinado momento) e daquelas vinculadas a determinado governante.

O Gabinete Digital é uma iniciativa do Governo de Porto Alegre do Rio Grande do Sul e, portanto, do meu ponto de vista, não deveria estar diretamente vinculada a nenhum governante. É claro que existem determinadas informações sobre quem ocupa o cargo que podem ser úteis aos cidadãos. O box com as atualizações do Twitter do governador, por exemplo, me parece uma boa fonte de informação para o cidadão e, portanto, pertinente.
Aqui chegamos então a um impasse que, nesse caso, me parece que é, em boa dose, técnico. Seguindo a lógica que expliquei no parágrafo anterior, o Facebook também pode ser uma importante fonte de informação ao cidadão. A questão é que a forma mais comum de inserir esse Site de Rede Social em outros sites não é através das atualizações em si (como se faz com o Twitter), mas através do convite a “Curtir” a página de determinado ator social ou empresa. E é nesse sentido que considero complicada essa inserção. Um site estatal que convida os visitantes a “Curtirem” o governador? Isso não seria mais apropriado a um site pessoal?
Enfim, acredito que essas são questões a se pensar: quais são nossas possibilidades técnicas e quais os critérios políticos que devem reger a escolha que fazemos delas.