Arquivos da categoria: iniciativas interessantes

Site de rede social para acadêmicos

No início, apesar de achar a ideia muito boa, não coloquei muita fé que ia dar certo, mas parece que me enganei. Semana passada recebi mais de 20 notificações da Academia.edu sobre pessoas querendo ser meus amigos ou seguindo meu trabalho. Essa rede tem objetivo de integrar a comunidade acadêmica, então é possível não apenas construir um perfil público como também adicionar publicações próprias, interesses de pesquisa palavras-chave do seu trabalho. A relação com as outras pessoas pode ser de “colegas de departamento” ou apenas de “seguir o trabalho”, o que lhe permite ver na sua timeline as ações da pessoa na rede.

Me parece uma iniciativa bastante interessante e como já tem bastante gente usando – que, afinal, é básico para o sucesso de qualquer mídia social -, acho que vale a pena testar.

Criando um Governo Mundial da Internet

O mynet.gov surge exatamente com essa proposta. A plataforma permite que as pessoas se cadastrem e se tornem cidadãos mundiais da internet de acordo com a constituição definida por eles. A partir daí as pessoas podem se candidatar ou votar em candidatos ao governo ou ao congresso. O sistema já prevê sua forma própria de aprovação de leis, bem como a proposta delas, seja através pelo governo central, pelo corpo de ministro ou pelos cidadãos (veja o vídeo explicativo). Também é possível criar fóruns de discussão no site.

Me parece uma iniciativa interessante de pensar a governança global, mas não consigo ver a legitimidade que as decisões tomadas ali poderiam ter. Me parece que falta alguma vinculação efetiva com organismos internacionais e/ou governos para que essa iniciativa tenha suas decisões levadas em conta em algum âmbito.

Governo Colaborativo da Singapura

e-government singapura

O e-governo de Singapura já foi bem avaliado em alguns rankings mundiais sobre esse tema – como esse das Nações Unidas e esse da WASEDA University – e agora lançou um plano de 4 anos para o desenvolvimento dessa área. O projeto vai de 2011 a 2015 e tem como linha geral “Governo Colaborativo”.

No site é possível ter acesso a mais detalhes sobre o plano e, inclusive, acessar o pdf completo do projeto. Na página do projeto eles criam três dimensões para construção desse governo colaborativo que almejam: “Co-creating for great value”, “Connecting for active participation” e “Catalysing whole-of-government transformation”. Me pareceu uma forma interessante de abordar a questão, mostrando que há investimento em pensar a questão do e-governo como algo realmente central a toda a estrutura governamental.

Aliás, toda a página específica do governo de Singapura sobre o e-governo é bem interessante. Conta com muitas informações sobre o tema, inclusive divididas por programas que possam interessar aos cidadãos, aos empresários e ao próprio governo. Me parece que não só há muita informação disponível como ela também pode ser facilmente acessada.

Fiquemos de olho em artigos sobre níveis de satisfação da população com esse e-governo e/ou níveis de participação do cidadão de Singapura no processo político para ver que resultados ele está efetivamente gerando.

Petições online com muito apoio serão debatidas no parlamento

Após um número imenso de visitas no novo site de petições eletrônicas do Reino Unido, que inclusive fez a página sair do ar, a expectativa é o que acontecerá com as petições votadas ali. O líder da Casa dos Comuns, George Young, assegurou que as petições com mais de 100.000 assinaturas seriam debatidas e votadas na casa legislativa. Me parece uma preocupação e iniciativas louváveis, mas a aplicação não parece ser tão simples. Membros do Parlamento já alegam que precisariam de mais tempo para debater essas questões e que o programa legislativo deles seria extenso demais para permitir isso. Outra questão que tem vindo à toda são os temas das petições. Algumas delas contém temas bastante controversos – como a guerra do Afeganistão e as condições do sistema prisional inglês – e tem sido consideradas “out of order”. Essas são apenas algumas das questões que começam a surgir quando uma iniciativa de participação do cidadão é proposta. Se não se supõe uma passagem a um regime de democracia direta, até onde pode ir o poder do cidadão em uma democracia representativa?

Fonte consultada: guardian.co.uk

Como está a liberdade no mundo?

O Democracy Web: Comparative Studies in Freedom é um interessante estudo sobre índices de liberdade em diversos países do mundo. Para avaliar a liberdade, eles consideram dois critérios: direitos políticos e liberdades civis. Posteriormente ele  classificam a liberdade de uma nação entre 1 (muito livre) e 7 (pouco livre) o que gera 3 categorias gerais de países: livres, parcialmente livres e não livres. Os resultados da pesquisa podem ser visualizados em um mapa bastante interessante, que permite ter uma visão mais global da situação. Além disso, ao clicar em cada país é possível ver informações demográficas e links para outros relatórios, como os de liberdade de imprensa.

Ao ver o título do projeto, me ocorreu uma ressalva: não dá pra analisar democracia só a partir de liberdades. Mas pesquisando no site deu para perceber que o projeto Democracy Web parece ser algo mais amplo.

Gabinete Digital do Rio Grande do Sul e o botão “Curtir”

A iniciativa do Gabinete Digital do Rio Grande do Sul (mais informações sobre o projeto podem ser vistas no post do blog Comunicação e Política) tem se mostrado uma das ações governamentais mais interessantes do país na área da Democracia Digital. Apesar de ainda estar em uma fase bem inicial, acredito que a iniciativa tem potencial e, sobretudo, mostra uma disposição desse governo para pensar e investir nessas questões.

Ao visitar o site hoje, no entanto, me deparei com um pequeno box, localizado na home do portal, que permite que as pessoas curtam a página de Tarso Genro, governador do estado, no Facebook. Ver esse conteúdo na página levantou algumas questões para mim entre os limites entre uma iniciativa estatal (no sentido de pertencer ao estado e não a uma gestão específica que o ocupa em determinado momento) e daquelas vinculadas a determinado governante.

O Gabinete Digital é uma iniciativa do Governo de Porto Alegre do Rio Grande do Sul e, portanto, do meu ponto de vista, não deveria estar diretamente vinculada a nenhum governante. É claro que existem determinadas informações sobre quem ocupa o cargo que podem ser úteis aos cidadãos. O box com as atualizações do Twitter do governador, por exemplo, me parece uma boa fonte de informação para o cidadão e, portanto, pertinente.

Aqui chegamos então a um impasse que, nesse caso, me parece que é, em boa dose, técnico. Seguindo a lógica que expliquei no parágrafo anterior, o Facebook também pode ser uma importante fonte de informação ao cidadão. A questão é que a forma mais comum de inserir esse Site de Rede Social em outros sites não é através das atualizações em si (como se faz com o Twitter), mas através do convite a “Curtir” a página de determinado ator social ou empresa. E é nesse sentido que considero complicada essa inserção. Um site estatal que convida os visitantes a “Curtirem” o governador? Isso não seria mais apropriado a um site pessoal?

Enfim, acredito que essas são questões a se pensar: quais são nossas possibilidades técnicas e quais os critérios políticos que devem reger a escolha que fazemos delas.

Crie seu índice de qualidade de vida

A OECD (Organization for Economic Co-operation and Devellopment) lançou a “Better Life Iniciative” que, à primeira vista, pode parecer mais um índice de qualidade de vida comparativo entre países. Mas essa iniciativa tem uma característica particular, o usuário pode escolher o peso de cada um dos 11 itens que compõem o índice. É uma forma interessante de refletir sobre o que é qualidade de vida para você e como é o desempenho dos países nos quesitos que lhe parecem mais fundamentais.

Governo Federal planeja Portal de Participação Popular

Segundo matéria da Carta Maior (via Vi o Mundo), o Governo Federal finalmente está atentando para os cidadãos que não fazem parte de organizações sociais e planeja para 2012 um Portal de Participação Popular. O projeto seria desenvolvido pela Secretaria Geral da Presidência e já constaria no planejamento estratégico desse ano. Segundo Ricardo Poppi, responsável pelo projeto na Secretaria Nacional de Articulação Social (vinculada à Secretaria Geral da Presidência), o projeto pretende ser um espaço de consulta pública permanente, como uma ágora grega virtual.

Vamos esperar que o projeto realmente se realize e de maneira a realmente aproximar as pessoas dos processos de decisão política.

Observatório de Mídia e Política de volta ao ar

observatorio unb

O Mídia&Política é um observatório de crítica da mídia criado pelo Núcleo de Estudos sobre Mídia e Política (Nemp-Ceam) da Universidade de Brasília – UnB. O projeto foi criado em 2005, mas estava fora do ar desde 2009. Agora, com fôlego renovado, o observatório pretende ter edições temáticas mensais escritas por professores e pesquisadores do Núcleo.

O observatório faz parte da Rede Nacional de Observatórios da Imprensa (Renoi) e tem como objetivo “contribuir para a formação de uma consciência crítica sobre a qualidade da cobertura política, estimular a reflexão profissional e incentivar a diversidade de coberturas e de temas na agenda”.

A primeira edição já está no ar e  trata da comunicação no governo Lula. A edição de fevereiro trataráda cobertura midiática sobre o carnaval.

Projeto Neofluxo: banco de dados de informações sobre uso de internet nas eleições

Dados sobre o fluxo de informação dos presidenciáveis

O projeto NeoFluxo é desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Comunicação, Tecnologia e Cultura da Rede do Programa de Mestrado da Faculdade Cásper Líbero. Seu objetivo principal, segundo o próprio site deles, é “identificar o comportamento do fluxo informacional nas redes sociais durante o processo eleitoral”. Além de disponibilizar gráficos, nuvens de tags e outras informações sobre o uso da internet pelos três principais candidatos à presidência do Brasil, o projeto também disponibiliza APIs dos dados coletados. Pode ser um interessante insumo de pesquisa para quem pretende fazer investigações sobre o tema.