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Dobra o numero de eleitores que seguem políticos nas mídias sociais

Uma pesquisa divulgada pelo Pew Research Center mostra que o número de eleitores que seguem perfis de políticos nas mídias sociais dobrou entre 2010 e 2014. Como sempre, temos que considerar que estes são dados da sociedade americana, mas que podem indicar uma tendência para outros paises.

More voters following political figures on social media, large increases among 30-49 and 50-64 year olds

É interessante ver que as taxas subiram não apenas entre os mais jovens, mas sobretudo na feixa etária entre 30 e 49 anos. Estes dados são interessantes para sustentar que a comunicação via redes sociais digitais ainda está em expansão. Ainda que as plataformas que são usadas mudem de tempos em tempos, não parece que a comunicação digital em geral deixará de ocupar um espaço importante na comunicação política em um futuro breve.

Reasons for following political figures on social media

Outro dado interessante de observar é a motivação pela qual as pessoas seguem políticos. A utopia de que “o político é gente como a gente” e que as midias digitais permitiriam um contato pessoal entre eleitos e eleitores parece estar cedendo espaço para uma razão mais pragmática: a novidade em primeira mão. As pessoas perceberam que seguindo políticos podem ter acesso a informações antes de outras fontes, inclusive das jornalísticas.

No Brasil, não conheço pesquisa exatamente neste formato, mas a Pesquisa Brasileira de Mídia tem dados interessantes e acabou de divulgar sua edição 2015.

Gobernauta: perfil dos governantes latino-americanos nas redes sociais

gobernauta

Acaba de ser lançado um estudo coordenado pelo Laboratório de Ideias GobAPP, do BID, sobre o uso de redes sociais por governantes da América Latina. A pesquisa, que misturou métodos quantitativos e qualitativos, analisou mais de 74.000 tweets e 15.000 postagens no Facebook feitos nos perfis pessoais de prefeitos e nas páginas institucionais de 61 prefeituras de cidades com mais de um milhão de habitantes. Também foram realizadas entrevistas com atores relevantes para a análise.

Os objetivos do estudo, chamado Gobernauta, segundo seus coordenadores, foram:
a) descrever o perfil dos governantes locais latino-americanos nas redes sociais;
b) definir o papel que estes governantes atribuem às redes sociais em suas tarefas de governo;
c) compreender a evolução dos ecossistemas digitais no contexto regional a partir da crescente incorporação das redes sociais na atividade pública.

O estudo está disponível em versão executiva e completa e traz algumas conclusões interessantes. Os temas mais comentados por prefeitos e prefeituras, por exemplo, são temas leves, sobretudo cultura. A exceção é o tema da “Segurança e Violência”, que aparece como o terceiro mais citado. Mas neste caso, apenas quatro países (Venezuela, México, Colômbia e Brasil) são responsáveis por 84% das menções. Além disso, se analisados os separadamente os temas mais citados por prefeitos, prefeituras e comentados por cidadãos, é possível perceber as muitas diferenças de prioridades que há entre eles.

Ainda que não seja possível tirar conclusões precisas sobre contextos locais com estudos como esse, ele aponta tendências e pontos de discussão que podem ser muito profícuos. Certamente a partir dele, estudos mais específicos, com um corpus menor e focado em cidades semelhantes pode trazer resultados interessantes.

LabCom disponibiliza livros para download

O Laboratório de Comunicação Online – LabCom da Universidade da Beira Interior mantém um projeto chamado Livros LabCom que permite o dowload em pdf de vários livros produzidos por eles. Há vários materiais interessantes para a área, mas destaco especialmente o Public Sphere Reconsidered, organizado por João Carlos Correia e Rousiley Maia, o Comunicação e Política, organizado também por João Carlos Correia, e o Blogs e a Fragmentação do Espaço Público, de Catarina Rodrigues. Vale conferir os outros títulos também.

Medindo a Sociedade da Informação

Um dos grandes desafios de qualquer tipo de ação online é conseguir medir de forma coerente os resultados obtidos. No campo político, em se tratando de democracia digital, isso o processo de mensuração é crucial para determinar a efetividade da ação e os caminhos para aperfeiçoá-la. Nesse sentido, acredito que o “OECD Guide to Measuring the Information Society 2011” pode ser útil. Ele pretende dar referências àqueles que trabalham com estatísticas, políticas públicas ou são analistas dessa sociedade da informação. Não se trata de um material específico de métricas para comunicação online, mas acredito que possa ser interessante para uma discussão mais ampla sobre o tema.

Novos media e a democracia na África

Alguns dos acontecimentos políticos mais relevantes deste ano tiveram lugar no continente africano. As revoltas contra governos ditatoriais, o uso de força policiais para reprimir os movimentos e o papel dos novos media em todo esse processo puderam ser vistos em diversos países africanos. O livro “Texting, Tweeting, Mobile Internet. New Plataforms for Democratic Debate in Africa” visa exatamente refletir sobre esses processos políticos, a partir do prisma das novas tecnologias de informação e counicação. O autor é Tom Sarrazin, mestre pela Universidade de Lepzig, na Alemanha e o livro faz parte do projeto “fesmedia Africa series” que tem apoio do Friedrich Ebert Stiftung.

PoliTICs 09 – Resistência ou Rendição

Está no ar o número 09 da revista PoliTICs. A publicação é direcionada para temas na interface da política com as novas tecnologias da informação e comunicação e, nesta edição, trata de processos de resistência nos países árabes, na américa latina e no próprio cotidiano. São 06 artigos no total, mas destaco o do professor André Lemos, da UFBA, que trata do uso das mídias sociais nas recentes revoluções árabes.

Pensando a democracia

Tenho cada vez mais me dado conta da importância de pensar a sociedade de uma forma geral para entender fenômenos específicos. É claro que todos temos nossas áreas de interesse e nossos objetos de estudo, mas eles fazem parte de uma realidade social, econômica, histórica que precisa ser levada em conta. E pode ter certeza, seja lá o que for que você estude, alguém já escreveu algo que pode lhe servir.

Portanto, minhas dicas hoje vão no sentindo de entender de forma mais ampla o que é a democracia, por quais transformações ela passou e para onde ela estaria indo. Acredito que dois livros são interessantes nessa compreensão – apesar de existirem muitos outros que tratem do tema. O primeiro seria “Mudança Estrutural da Esfera Pública”, de Jürgen Habermas, onde ele analisa as mudanças sociais e sua influência no funcionamento da Esfera Pública enquanto âmbito central para o desenvolvimento da democracia. O segundo seria “O Futuro da Democracia”, de Norberto Bobbio, que procura fazer uma análise entre o ideal democrático e sua concretização, identificando algumas “promessas não cumpridas” da democracia.

Ambos os livros são de leitura razoavelmente fácil. O Futuro da Democracia está disponível online em português, já o livro de Habermas, consegui achar apenas em inglês (é preciso estar logado para baixar).

Mídias Sociais e Eleições 2010

Com muito atraso, mas antes tarde do que nunca, publico aqui o link para o e-book Mídias Sociais e Eleições 2010, organizado por mim, pelo Ruan Carlos e pela PaperCliQ. A publicação foi lançada no início de maio em uma edição especial do Papos na Rede. Já falei muito sobre ele em posts anteriores, então não vou me alongar sobre o conteúdo, mas ficarei feliz de receber comentários e impressões sobre o e-book.

O cidadão como centro

Falando em participação, a província canadense de British Columbia produziu um material interessantíssimo sobre estratégias tecnológicas para o serviço público. O documento procura analisar as possibilidades desse novo contexto a partir da perspectiva do cidadão, das suas formas de acessar serviços públicos, poupar tempo através de mecanismos online e participar do processo político.

Apesar de uma abordagem um tanto utilitarista da participação, o documento traz pontos interessantes para refletir sobre as possibilidades que o contexto online traz. É preciso, no entanto, ter sempre em mente que apesar de uma prestação de serviço eficiente ser essencial por parte de um governo, participação é muito mais que isso. Não se trata de participar apenas em estruturas já pré-estabelecidas, mas de possibilitar a participação dos cidadãos na própria conformação dos processos e decisões políticas.

Internet e participação política no Brasil

Já está a venda o livro “Internet e Participação Política no Brasil“, organizado por Wilson Gomes, Rousiley Maia e Jamil Marques. A publicação reúne textos de nove autores que procuram discutir em profundidade diferentes perspectivas do tema proposto. Tema aliás, que a meu ver, é um dos mais importantes dentro das discussões sobre democracia digital.

Tive acesso apenas a alguns dos textos que constam no livro, mas sem dúvida a qualidade acadêmica dos autores promete que essa seja uma grande obra para a área. O lançamento oficial da obra será feito na Compós 2011, que acontece na próxima semana, em Porto Alegre.