Caio acaba de voltar do Uruguai resolveu contar pra gente tudo sobre seu roteiro por lá. Este primeiro post 2 sobre Montevidéu, a capital do país e uma cidade cheia de encantos. Vejam abaixo o relato de Caio, que se torna nosso mais novo colaborador 🙂
*Por Caio Barbosa: jornalista, sócio-fundador da Carambola Comunicação Integrada
Em busca de um destino objetivo, com poucos dias disponíveis para explorá-lo, o Uruguai cai como uma luva. Em 5 dias, foi possível conhecer os principais pontos turísticos e apreciar a culinária de Montevidéu, desbravar as badaladas ruas de Punta Del Este e se surpreender com a riqueza histórica e a boêmia de Colonia Del Sacramento.
Montevidéu
Com a população de cerca de 1,5 milhão de habitantes, a capital uruguaia é recheada de história por todos os lados. Museus, monumentos, praças e igrejas ajudam a revelar os segredos da capital que preserva nos becos e vielas a arquitetura colonial. Na Ciudad Vieja isso é ainda mais forte. Foi por onde o passeio começou: com um transporte público acessível e de fácil entendimento, é possível descer na Plaza Independencia e bater perna pela Avenida 18 de Julio, considerada a principal rua do comércio da cidade.
DICA: Deixe para fazer o câmbio por lá. Várias casas especializadas reservam bons preços e descontos, a depender da quantidade de moeda que for trocar. Em fevereiro de 2016, foi possível converter o real por peso a $U7,75.
Ao longo da avenida, há muito comércio com preços semelhantes aos praticados no Brasil. Vale a pena fotografar a Fonte dos Cadeados, que possui uma lenda que diz que os casais apaixonados que prendem um cadeado ao redor da fonte, escrevendo as iniciais dos nomes, voltarão a visita-la juntos e que o seu amor será eterno. Mais à frente, a Prefeitura (Intendencia de Montevidéu) tem um mirante com uma linda vista de toda a cidade! Super organizado, com acesso gratuito, placas identificando do alto cada local.
De volta à Plaza Independencia, é possível visitar praticamente todos os principais pontos turísticos da cidade. Nela está a Puerta de la Ciudadela, pedaço de uma muralha que protegia a cidade antiga, na época colonial. No centro da praça há uma grande estátua de José Gervásio Artigas, um antigo general considerado herói nacional.
DICA: Abaixo da estátua há um mausoléu que guarda as cinzas do militar. IMPERDÍVEL! Acesso gratuito!
Nos arredores da Plaza Independencia está um dos prédios mais emblemáticos de Montevidéu, o Palácio Salvo, inaugurado em 1928 e que chegou a ser considerado o prédio mais alto da América do Sul na época da sua construção, Torre Executiva e o Palácio Estévez, que são a nova e antiga sedes, respectivamente, do Poder Executivo federal. Faça o passeio e tente culminar o horário do almoço com a visita ao Mercado del Puerto (El Palenque), onde você prova o legítimo churrasco uruguaio vendo as carnes (e miúdos) sendo assados em grelhas à sua frente.
Rambla + Pocitos: bairro nobre de Montevidéu com restaurantes, próximo ao Shopping Punta Carretas, atrás da Rambla (calçadão semelhante ao de Copacabana, banhado pelo Rio da Prata, com cor turva), supermercados, pontos de taxi e ônibus, farmácias e lanchonetes para refeições rápidas. Fiquei no Ermitage Hotel, excelente localização e ótimo custo-benefício. De noite, não há relatos de insegurança para circulação a pé, muito pelo contrário, é comum a “orla” ter vida noturna com movimento de pessoas.
O passeio pela rambla é imperdível. Lá está o letreiro de Montevidéu que se tornou um ponto turístico. Todos param para fotografar. Os prédios são altos e antigos, em Fevereiro estava bem ventilada. A cor do Rio da Prata não colabora muito com a paisagem, mas não chega a deixar o cartão postal feio. Diferente do Brasil, há poucos restaurantes e bares na beira rio, o pouco de comércio que tem é formado por quiosques mais simples.
Outras atrações de Montevidéu são o Parque Rodó, apesar do estado de conservação ruim, vale a pena visitar. Há pedalinhos, feiras aos domingos e exposição de esculturas. O programa típico da família uruguaia. O Shopping Punta Carretas, uma antiga prisão, é um dos mais visitados de Montevidéu. A arquitetura é bem bonita. Em seu interior, além de diversas lojas, há também um supermercado – ótimo local para encontrar produtos locais. No Montevidéu Shopping, mais simples, há um cassino. Para quem não conhece, vale a pena para ter uma ideia de como funcionam as jogatinas.
Restaurantes
Em Montevidéu, há muitas opções gastronômicas. Além do churrasco, os Chivitos são pratos típicos também. O mais tradicional Chivitos fica no La Passiva. Tem em vários pontos da cidade, uma espécie de fast food. Mas o que é Chivitos? Um super sanduíche com os mais variados e gordurosos recheios. Vale a pena experimentar o Canadense.
Outra curiosidade são os cubiertos. Cubierto, em português, quer dizer talher. Trata-se de uma taxa para o serviço de mesa. Basicamente você precisa pagar para usar os talheres, copos e pratos. Os preços são variados de acordo com o restaurante. Muitas pessoas acham que o cubierto é a cestinha de pães que todos os restaurantes trazem logo que sentamos a mesa. Mas não é nada disso. Você pode recusar TUDO que ainda assim, na hora da conta, verá lá a cobrança igualzinha.
Alguma indicações de restaurantes:
Francis: Luis de la Torre 502 esquina José M. Montero em Punta Carretas. Ótima pedida para um jantar à dois. Culinária contemporânea e muitas opções de massas, parrillas, frutos do mar e sobremesa. Bom local para apreciar um vinho.
Bar 62: Simpático bar e restaurante com mesas e cadeiras na calçada. Um cardápio que integra os pratos de massa, peixe, carnes e sushi.
Tabaré: Muito charmoso, agradável para um happy hour ou jantar. Existe desde 1919, quando, a exemplo da maioria dos estabelecimentos da época, era uma mistura de armazém e botequim. Da cozinha vêm boas carnes e massas. Fazer reserva é bastante recomendável. Fica na José Zorrilla de San Martín 152, esquina Tabaré, Pocitos.
Transporte
Transitar por Montevidéu é super tranquilo a bordo dos ônibus. Bem semelhantes aos brasileiros. Não se assuste: os motoristas e cobradores não usam farda, trabalham como bem querem. A passagem custa de cerca de $U20. Em cada ponto de ônibus há plaquinhas identificando o número das linhas e seus respectivos itinerários, o que facilita bastante a busca. A rodoviária é um destaque a parte. Na verdade, é um shopping que abriga a estação de embarque e desembarque no subsolo. Tres Cruces funciona 24 horas por dia, tem uma estrutura muito boa, com painéis semelhantes a aeroportos identificando chegadas e partidas das linhas. Para viagens próximas como Punta Del Este e Colônia, sem dúvidas, o melhor caminho.
Não tive muita experiência com táxi. Peguei apenas dois em toda a viagem. Na chegada, do aeroporto para o hotel, há um serviço de van logo no desembarque que deixa os passageiros em todos os hotéis. Custa cerca de R$50 por pessoa. O taxi sai por mais de $U1.000,00, na conversão, cerca de R$130. O aeroporto, pequeno, mas bem novo e moderno, fica a 19 km da região dos hotéis. Na volta, marquei um taxi do hotel para rodoviária e peguei um ônibus (com wifi) para o aeroporto. Uma baita economia!
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