Ouvi hoje a notícia de que os advogados de Arruda teriam garantido que, se solto, ele não voltaria ao caso. Isso foi visto como uma estratégia para garantir que Arruda não continuará obstruindo a justiça na investigação do escândalo de corrupção no Distrito Federal.
Ao saber dessa notícia, em um jornal televisivo esta manhã, um coisa me deixou perplexa. Trata-se dessa visão estreita de que é preciso ocupar um cargo político formal para ter influência e poder, tornando-se capaz de obstruir uma investigação. Há muito Foucault, com sua microfísica do poder, já mostrou que a polítca – e o poder nela envolvido – se desenvolvem não apenas no aparato político institucional. E, no caso da figura em questão, um político de destaque, recém deposto do cargo de governador, está claro que suas ligações e poder de influência, mesmo sem cargo, seriam suficientes para prejudicar o trabalho da justiça. Não se trata de uma questão de estar ou não no cargo, mas de querer ou não atrapalhar.