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Pra quê Twitter?

O crescimento do Twitter como ferramenta de comunicação e informação há muito já chegou à política. Já não é pequeno o número de políticos que têm perfis no microblog, mas me parece que ainda não há uma compreensão ampla da utilidade desta ferramenta. Sinto que se criou uma aura de “todo político precisa ter twitter”, que fez com que realmente muitos deles passassem a ter, porém acredito que a maioria deles, e até mesmo de suas assessorias, não seriam capazes de enumerar 3 razões para manter esse perfil.

Para começar, o perfil de um político no Twitter serve para a função básica de divulgar informações. Assim como sites, blogs e boletins, o Twitter permite que você torne uma informação disponível. Contudo, diferente de outras ferramentas, o fato de você ter uma rede de relações tende a amplificar o alcance dessa informação.

Porém, usar o Twitter só para divulgar informações é pouco. Uma das mais interessantes perspectivas trazidas pela ferramenta foi a possibilidade de comunicação direta com o cidadão. Ouvir críticas, responder perguntas, justificar erros são parte importante do processo de estabelecimento de uma comunicação multilateral. Isso ajuda a aproximar políticos e cidadãos, o que tende a fortalecer a democracia.

Essas utilizações do twitter têm sido bastante comentadas, apesar de nem sempre utilizadas. Contudo, no meu trabalho com esse uso político do Twitter tenho percebido mais duas vertentes de uso menos alardeadas. A primeira delas é a comunicação direta com formadores de opinião, sobretudo jornalistas. Qualquer pessoa que já trabalhou em redação sabe o quanto os e-mails ficam lotados com sugestões de pautas e eu tenho usado o Twitter como uma alternativa a isso. Costumo mandar as sugestões de pauta por reply ou direct message e tenho obtido uma boa resposta.Os jornalistas parecem mais receptivos nesse ambiente a têm a possibilidade de rapidamente apurar a pauta ali mesmo.

E a outra possibilidade que acredito que seja pouco comentada é a de articulação política entre os próprios políticos. Muitas vezes eles têm atuações semelhantes, mas em lugares tão distantes que nunca tomaram conhecimento dos respectivos trabalhos. E através do Twitter é muito mais conhecer um projeto interessante que foi feito no Amapá e que pode também ser implementado em Fortaleza. Acho que precisamos pensar política menos como eleição e mais como qualificação das atuações durante os mandatos. E nesse sentido esse uso pode ser bem interessante.