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Global Debout e tentativa de internacionalizar o movimento

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No próximo domingo (15), acontece o movimento Global Debout. Nascido da Nuit Debout, que atualmente acontece na França, o Global Debout é uma tentativa de mobilizar movimentos de outros países em torno do mesmo mote e da ocupação de praças públicas. A data não é aleatória, trata-se da data de aniversário do movimento espanhol Indignados/15M. Segundo o comunicado de imprensa do movimento 130 cidades de 28 países participarão da mobilização.

Para preparar esta mobilização, o final de semana passado foi dedicado a uma troca de experiências com movimentos de outros países. Na plenária do sábado de manhã, quando os convidados de fora se apresentaram, eram nove países presentes, entre eles Espanha, Itália, Bélgica, Grécia e Estados Unidos.. Além disso, representantes de outras cidades francesas também vieram mostrar que o movimento de fato não está restrito a Paris.

Esta articulação internacional – que na verdade é majoritariamente – contribui para reforçar as pautas mais amplas do movimento como a luta contra as políticas de austeridade e a renovação do sistema político existente. Isso porque a lei trabalhista (Loi El Khomri), principalmente mote de criação da Nuit Debout, é uma pauta nacional, ainda que diversas outras nações europeias tenham aprovado ou estejam tentando aprovar leis semelhantes.

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Internacionalizar a luta em torno de pautas semelhantes não parece tarefa simples. Ainda que a maior parte dos parceiros seja europeu, as diferenças e divergências internas do continente são enormes. O clima de insatisfação ajuda criar uma união e solidariedade, mas as junção de propostas alternativas para resolver os problemas ainda não parece tão clara.

De toda forma, a Global Debout nos mostra duas coisas interessantes. Primeiro que pensar em uma mobilização internacional coordenada parece ser mais do que nunca possível – e certamente as tecnologias da informação e comunicação têm um importante papel nisso. Segundo que já existem suficientes experiências internacionais desse tipo de movimento para que haja transferência de estratégias e tecnologias entre eles. É verdade que isso não é exatamente novidade e a conexão internacional esteve presente em muitos dos movimentos recentes, mas a bagagem acumulada e a necessidade de compartilhamento só parece aumentar. O caso da Espanha, em especial, gera muita curiosidade e interesse por aqui. Certamente a possibilidade de uma certa institucionalização e entrada na disputa políitico-institucional fascina muitos e muitas.

Fiquemos atentos ao que está por vir.