Arquivo mensais:dezembro 2010

Projeto Neofluxo: banco de dados de informações sobre uso de internet nas eleições

Dados sobre o fluxo de informação dos presidenciáveis

O projeto NeoFluxo é desenvolvido pelo Grupo de Pesquisa Comunicação, Tecnologia e Cultura da Rede do Programa de Mestrado da Faculdade Cásper Líbero. Seu objetivo principal, segundo o próprio site deles, é “identificar o comportamento do fluxo informacional nas redes sociais durante o processo eleitoral”. Além de disponibilizar gráficos, nuvens de tags e outras informações sobre o uso da internet pelos três principais candidatos à presidência do Brasil, o projeto também disponibiliza APIs dos dados coletados. Pode ser um interessante insumo de pesquisa para quem pretende fazer investigações sobre o tema.

E-book sobre política 2.0

Encontrei hoje um e-book sobre estratégias para campanhas políticas 2.0. O autor é Rafael Mourad e o livro traz 135 páginas de ideias e recomendações para a realização de uma cibercampanha. Temas como redes sociais, colaboração e mensuração são abordados na publicação. Ainda não tive tempo de ler para comentários mais aprofundados, mas publicações sobre o tema são sempre bem-vindas. Baixe o livro completo. Segundo o autor, a edição é de 2008, mas ele pretende lançar uma versão mais atual no final deste ano.

Impacto e efetividade de iniciativas de transparência e accoutability

Mais um relatório sobre transparência. Dessa vez, na verdade, sobre o impacto e a efetividade de iniciativas de transparência e accoutability. O relatório foi feito pelo Institute of Development Studies (IDS), do Reino Unido, e analisa cinco grandes áreas: prestação de serviços, processos de orçamento, liberdade de informação, governança de recursos naturais e transparência na ajuda oferecida. Todo o material da pesquisa poder ser encontrado no site do IDS.

Uso do Twitter no cenário pós-eleitoral

A crítica à diminuição de participação dos políticos nas redes sociais, e especialmente no Twitter, depois das eleições tem sido tema de muitas matérias. Se, por um lado, a diminuição do número de postagens da grande maioria dos políticos é um fato, por outro, acredito que há muitos fatores envolvidos nesse cenário.

É preciso atentar para o fato de que há uma diminuição geral nos discursos sobre política e sobre eleições sepois que o pleito acontece. Isso faz parte de uma ampla dinâmica social: aproxma-se a eleição, fala-se mais sobre ela, ela passa e parte das discussões cessam. Essa variação no volume do fluxo comunicativo inclui também as redes socias. Por essa ótica, a diminuição de postagens no twitter de políticos poderia ser compreendida como parte desse processo e, portanto, não como algo anormal.

No entanto, também precisamos levar em conta o caráter de uso que foi dado às mídias sociais nesses eleições. Tratou-se de um uso experimental e muitas vezes conduzido por equipes de campanha. O uso se intensificou no momento pré-eleitoral nitidamente pela esperança que se tinha de que a atuação pudesse se reverter em votos. Passada essa necessidade, pelo menos de forma imediata, e dispensadas as equipes de campanha, a atuação nas redes entram em declínio. Isso mostra o experimentalismo do uso, mas também um grande descaso com o eleitor.

Compreendo que muitos políticos não entendam perfeitamente a dinâmica das redes sociais, o que, de certa forma, serviria para livrá-los da culpa por as abandorem (por ingenuidade, como afirmam uns e outros). Mas as redes sociais online nada mais são do que formas de contato com os cidadãos, seus possíveis eleitores, e nisso os políticos estão escolados. A prática usada para participar nas redes sociais online em período eleitoral é a mesma das visitas a bairros carentes. Você vai antes da eleição falar do seu apoio, da sua luta pela localidade e depois some. Portanto, é preciso ponderar bem em que medida são as novidades trazidas pelas redes sociais online que geram dificuldades de compreensão e em que medida há uma reprodução de práticas antigas em um novo ambiente.

Pesquisa inédita sonda satisfação do cidadão com E-gov

satisfaçao dos brasileiros com e-gov

Uma pesquisa realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) revelou que mais de 90% dos entrevistados está satisfeito ou muito satisfeito com os serviços de E-gov oferecidos pelo governo brasileiro. Porém, 60% dos entrevistados disse que a principal forma de acesso ao serviço público ainda é a presencial.

Esses dois dados me parecem, de alguma forma, contraditórios. Afinal, uma das coisas que espera-se de um E-gov eficiente é que agilize muitos dos serviços oferecidos pelo Estado pela internet, o que tenderia a diminuir muito a demanda de atendimentos presenciais. Acredito que dois fatores devem ser levados em conta na análise desses dados. Um primeiro seria a falta de parâmetros comparativos das pessoas que responderam à pesquisa, ou seja, o fato de se dizerem “satisfeitos” com o que já foi implementado talvez se deva à falta de conhecimento de possibilidades muito além das que já existem por aqui. Além disso, com certeza a falta de acesso à internet, e sobretudo ao conhecimento mais profundo do uso da internet, ainda afasta muitos cidadãos dessa plataforma, o que ainda gera uma grande demanda de atndimento presencial.

De todas formas, é uma pesquisa importante de ser feita e, sem dúvida, o acompanhamento dos seus resultados ao longo dosanos pode apontar caminhos interessantes. O download dos dados da pesquisa só pode ser feito mediante o preenchimento de um pequeno formulário, mas vale a pena.

TSE aponta internet como 3ª fonte de informação do eleitor

Social Network

Uma pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), realizada em novembro deste ano, apontou que a internet ultrapassou as mídias impressas e o rádio como fonte de informação sobre política e eleições. Isso coloca o meio online na terceira posição, apenas atrás da televisão e da conversa com amigos e parentes. O estudo foi feito a partir de 2000 entrevistas realizadas de forma aleatória em 136 municípios.

Esse resultado nos aponta caminhos de reflexão interessantes. Se por um lado a pesquisa não mostra dados detalhados sobre o consumo de informação dentro da internet (se em sites de notícias, redes sociais, listas de e-mail etc), por outro, o posicionamento da conversa com amigos e parentes na segunda colocação pode ser uma pista interessante. O ambiente online que mais propicia essa conversa com amigos e parentes e, sobretudo, a indicação de sites e conteúdos por eles são as redes sociais online. Portanto, acredito que podemos inferir dessa pesquisa que o grande meio de informação e formação da opinião sobre política e eleições são as redes sociais, sejam elas online ou offline.

Também é interessante observar que a pesquisa feita sobre a decisão do voto para o 2º turno coloca a internet apenas na 7ª colocação como fonte de informação. É bem verdade que as categorias oferecidas aos entrevistados são bastante diferentes da consulta geral (onde a internet ficou em 3º) o que complica a comparação de resultados, mas é um dado a ser considerado. Apesar disso, nessa pesquisa específica sobre o 2º turno, a conversa com amigos e parentes fica na 3ª colocação mostrando força que essa rede tem.

O relatório completo está disponível para download.

Relatório sobre a presença online de senadores americanos

Mais um relatório, dessa vez sobre o senado americano. O estudo rankeia a presença oline de 100 senadores americanos a partir de crtitérios como qualidade do website, presença em redes sociais e utilização de técnicas de SEO. O trabalho é publicado pela L2 Think Tank e realizado por dois professores universitários, um da New York University e outro da George Washington School of Business. As conclusões do relatório mostram que os senadores republicanos estão conseguindo um maior número de seguidores e um maior nível de aprovação na internet que os democrátas.

Baixe o relatório na íntegra: Digital IQ Index – US Senate